Esta é fácil. Posso começar por sublinhar o óbvio: estás a fazer algo que te apaixona. Mas não é só. Escrever é um atividade que exige foco e quando estás focado a tua mente não divaga por lugares povoados de preocupações.
De psicólogo e de louco todos temos um pouco. Não é novidade que a escrita puxa para o papel emoções e pensamentos que, muitas vezes, preferes ignorar. O confronto com a tua sombra pode ser libertador e livrar-te de um peso que nem percebias que carregavas.
Imagina a escrita criativa como um aquecimento para as restantes tarefas que tens de concluir. A escrita ativa os neurónios, preparando-os para o que aí vem. Além disso, o hábito de escrever ajuda-te a colocar as tarefas num papel e, melhor ainda, de forma mais clara.
Quando escreves, ao contrário do que acontece quando falas, procuras usar palavras e expressões mais sofisticadas, que descrevam de forma fiel o que estás a pensar. Esta aquisição de competências ajudar-te-á a ser mais claro quando precisares de comunicar ideias complexas.
Grande parte das pessoas tem dificuldade em interpretar textos. Quem não se lembra das negativas na escola por não ter conseguido interpretar um texto? Essas dificuldade, muitas vezes, estende-se pela vida adulta e impede-nos de cumprir com exatidão algo que nos foi pedido ou de compreender um artigo sobre um tema que nos interessa.
Óbvio. A escrita é uma excelente ferramenta para exercitar o músculo criativo. Para que precisas de um músculo criativo bem desenvolvido? Porque sem criatividade não existe arte, inovação e empreendedorismo, nem sequer soluções para os mais variados desafios com que te deparas no dia a dia.
Enquanto escreves, não te preocupes demasiado com questões ortográficas ou sintáticas. Lembra-te de que os escritores só fazem a revisão do texto quando o terminam e, acredita, corrigem muita coisa.
Agarra na caneta e num caderno ou senta-te à frente do computador. Começa agora!
Já pensaste em viajar sem sair da cadeira? Entra nesta página e faz girar a roleta. Quando tiveres o país de destino, veste a pele de um turista e regista as tuas impressões e aventuras mais estranhas. Marca dez minutos no temporizador e sê criativo.
Não é um cliché, a poesia está mesmo em todo o lado. Não acreditas? Arranca uma página de um livro que não te importes de inutilizar - em alternativa podes usar uma página de revista ou jornal -, enquadra palavras espalhadas no texto que, juntas, formem um verso. Decora a folha como a imaginação mandar. Inspira-te aqui.
Um dia, um vírus potencialmente letal invade o mundo e tu poderás ser uma das suas vítimas. Como seria a vida sob esta ameaça? Soa familiar? A tua visão é única, partilha-a num papel.
Escreve uma carta para a pessoa que serás no futuro. Define dez minutos no temporizador e deixa fluir as palavras, não pares para pensar. Escrever sem interrupções - nada de procurar sinónimos ou corrigir a pontuação - é um dos exercícios de escrita criativa mais eficazes.
Qual é a vista mais inspiradora a partir da tua casa? Lembra-te que a atenção plena aos detalhes pode dar azo a temas inusitados. Descreve, em duzentas palavras, o que observas da tua janela e no teu coração.
Observa a imagem acima. Que emoções te transmite? Consegues escrever um texto criativo a partir da sua leitura? O exercício de leitura de imagem é poderoso e pode ser feito com qualquer fotografia que escolhas. Entra no Pixabay ou no Pexels, por exemplo, e escolhe as fotos que preferes. Um exercício a repetir.
Entra neste site e clica no botão para gerar uma palavra aleatória. Se quiseres complicar, escolhe três. Usa-a(s) num texto de trezentas palavras.
Acreditando que tens mais de dez livros na tua biblioteca pessoal, sugiro que vás à estante e retires o décimo livro. Abre-o na décima página e encontra a décima palavra. Escreve um micro conto de dez linhas onde incluas a palavra selecionada.
Uma criança de oito anos e um piloto de aviões encontram-se num casamento. Escreve um diálogo entre os dois. Para construíres uma conversa credível terás de vestir a pele de ambos.
Descreve uma primeira experiência. Foge dos clichés, como o primeiro beijo, atreve-te a descrever uma situação incomum que tenhas vivido.
Boa escrita!