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por São Bernardes O tempo escoa lentamente. Talvez pelo calor que se faz sentir e tudo parece derreter. O ar quente é irrespirável e parece chegar bem devagar aos meus pulmões, onde se espalha em câmara lenta.
Tudo se passa como a nossa memória quer, os nossos gestos e o passar do tempo estão intimamente ligados a esse grande motor que é a lembrança do que somos e do que já fomos. A aridez da terra marcada pelo sol abrasador reflete-se na vida, por vezes tão estéril quanto a paisagem e onde o tempo se dilui, onde os ponteiros dos relógios se vergam à imensidão do tempo. Por vezes, tudo adormece em nós, deixamo-nos quebrar e jazemos assim, prostrados, no meio do nada, inconscientes desse lento tic-tac que se escoa, diluído em nós. Ao longe a arriba sobre o mar, que vejo nesta janela temporal, recorda-me um outro tempo. De novo a memória assola-me e sinto a água fresca do mar sob os meus pés, a criança que fui, os castelos de areia que construí e que se escoaram como areia numa ampulheta, a cada onda do mar. As vozes que me chamam, os sorrisos desse tempo, o sentimento que me enchia o peito e me fazia feliz. As oliveiras outrora cheias de folhagem davam-nos a sombra e os momentos de um lazer cálido que nos reconfortava, hoje jazem depauperadas no meio do nada. Sorrio, mas de seguida escoo para dentro do tempo, desse tempo que se dilui sob o calor escaldante. Seu comentário será publicado após ser aprovado.
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Desafios de escrita criativa
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Maio 2022
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4/14/2022
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