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10/6/2020

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Vencedor do desafio de storytelling

 

As Rosas Nunca Morrem, de Nilton Marlúcio de Arruda

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Éramos dezoito. Todas em estado terminal. Combinámos de nos encontrar nesse velho banco para celebrar pequenas enganações à morte anunciada. Fizemos assim durante três anos, entre uma sessão e outra de quimio, rádio ou coisa parecida. No entanto, a cada encontro ficava a faltar uma de nós. O cancro havia levado. Agora, estou só... nesse banco. A última das condenadas. À espera... Sozinha? Nada: tenho essa rosa. Simbolicamente, nos foi passada a cada despedida. É como se as flores nunca morressem, nem perdessem o brilho. Até cai uma pétala, mas logo volta a brotar nos galhos e na vida.

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9/18/2020

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Dona Laura

 

de Ana Virgínia Pereira

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A Dona Laura tem uma voz aguda e uma passada grave. A minha janela espreita-a, mas é a Dona Laura que tem fama de alcoviteira.
Veste um avental como quem veste uma farda e demora-se nas casas com gente.

Depois segue campo adentro. Atira milho às galinhas e gesticula aos cães. Arrefece as mãos na terra, que lhe suja os dedos e lhe enche a barriga.  

Se esta rua fosse gente seria a Dona Laura – mulher esguia e rija, de sotaque nortenho, que nunca ouviu falar de literatura ou de filosofia.

Se a Dona Laura soubesse o conforto que sinto, quando de visita a este lugar onde nasci, a vejo passar. Ela que me estranha a altura de cada vez que me vê, não imagina que um dia, quando partir, caberemos todos nos bolsos do seu avental. Iremos em procissão enterrar a nossa rua. Do lado de fora da vidraça só haverá chuva e estou certa de que adormeceremos com ela nos olhos.

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9/4/2020

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Texto vencedor

 

de Ricardo Lemos

Ricardo Lemos

Cresci a gravar cassetes. E uma vez adulto, programando em casa, nada mudou. De dedo nervoso, sempre pronto a voar para o botão “REC” assim que o locutor anunciava as músicas que me faziam cantar bem alto como se de um hino pessoal se tratasse. A enrolar fitas rebeldes que enchiam de anarquia o interior do deck do meu walkman ou do meu “tijolo”, como lhe chamava o meu irmão.
Aos pulos no quarto, uma “nuvem de cabelo em pé” como cantaria o Reininho, nem dei por ela chegar. Num voto de silêncio, que mantinha por conta de uma zanga de há dois dias. Depositou-me um beijo pescoço e uma TDK com o último dos Red Hot gravado, no bolso do blusão.
Às sete da manhã, entrou-me em casa com as olheiras de quem correra a noite a passar músicas para os outros, e um fio de sangue escorrendo do lábio. Uma torrente de ciúme subiu-me do peito para a garganta. Barreia-a com a língua. Perguntei: «― Agora deste em vampira?» E ela respondeu-me cravando-me os dentes na jugular.
Quando acordei, já a tarde morria, olhei-me ao espelho. Vi que eu tivera o mesmo destino. E fui morder alguém.

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