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por Sílvia Vidal (Figos! Antes eu gostava muito….)
Era uma vez duas primas que se davam como irmãs e se divertiam muito juntas. Divertiam-se tanto que passavam as férias, as duas, na terra dos seus avós e tinham sempre muitas peripécias para contar. Umas eram giras, outras fofinhas (do estilo casinha de bonecas com bolinhos de areia), ou saltavam de cama em cama tipo trampolim durante toda a tarde até se cortarem num pé ou acontecer outro disparate qualquer, ou brincavam no rio aos “piratas submarinos-que caçavam-peixes-como-se-fossem – tesouros” e onde os canaviais faziam de armas e espadas, e juntas eram sempre as heroínas de qualquer história que inventassem. Definitivamente, cada dia era diferente do outro que ficara para antanhos, e do próximo dia para o qual magicavam já as suas próximas aventuras. Elas eram a alegria dos dias e o desassossego da sua avó! Num desses dias repletos de sol, calor e boa disposição, magicaram uma aventura na figueira. Não…não era na Figueira da Foz, era mesmo a figueira daquela vizinha já velhinha e resmungona…a figueira pela qual passavam todos os dias ao final da tarde, depois de regressarem do rio, e que estava carregadinha de figos. Ai….Figos! Eram a perdição das duas! Então combinaram e combinaram muito bem, com direito a senhas, contrassenhas e assobios, e pela calada da noite, quando os avós ressonavam ferradinhos no sono, saíram de casa, pé-ante-pé. Tirar a escada pesada sem fazer barulho e arrastá-la quelha abaixo foi um empreendimento de força e de sopros, mas que conseguiram levar a bom termo. A prima mais nova mandou às urtigas (perdão, aos figos) o medo e subiu até ao ramo mais alto possível. Claro que os pés e o sono lhe pregavam partidas mas o tesouro era bem mais apetecível. A outra prima, a mais velha, ficou debaixo da figueira com um cesto que era puxado por uma corda. E então… foi um ver se avias! E aviava-se cá de cima com figos doces e suculentos, e enchia também o cesto, que baixava com a corda, carregadinho de outros tantos. E comeram… comeram e lambuzaram-se até já não aguentarem mais! No dia seguinte a velha rezingona reclamava pelo “roubo” dos figos que já não existiam e queria achar os culpados, ou as culpadas, de tal disparate e infâmia. Enquanto isso, as duas primas estavam com uma valente convulsão intestinal e a avó a meter as mãos à cabeça. Entre tantas receitas e mezinhas para curar as cólicas e a soltura, descobriram-se as culpadas (as primas) e as duas levaram um valente puxão de orelhas e um castigo exemplar. Depois de todo este episódio chincadas nunca mais! Figos nem vê-los! Mas divertiram-se a valer! (As primas eramos nós duas: eu a mais nova a minha prima a mais velha. Continuamos a dar-nos lindamente, como irmãs mas já nem suportamos o cheiro dos figos. Fotografias do delito não há… porque foi uma chinchada (de figos) que só se faz pela calada das aventuras mais lindas). Your comment will be posted after it is approved.
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Desafios de escrita criativa
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Novembro 2022
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12/7/2021
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