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12/21/2021

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Cumplicidade

 
por Célia Evaristo
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Todos os dias, sempre à mesma hora, deixava de fazer as minhas lides domésticas e sentava-me numa cadeira, junto à mesa da cozinha, e escrevia. Escrevia o que me ia na alma, o que me acalmava e o que me enfurecia, o que sentia e o que ansiava sentir!
Ninguém se apercebia de todo aquele frenesim que se instalava em mim e que me fazia escrever horas intermináveis, tal era a cumplicidade que me unia à escrita! Entretanto, as folhas rabiscadas e inutilizadas iam-se acumulando no chão.
Certo dia tomei uma decisão: estava na altura de partilhar o que sempre escrevi com os outros. Para tal, dirigi-me a um editor e apresentei os meus poemas, em várias folhas escritas à mão.
O nervosismo percorria-me o corpo e a alma. Faltavam-me as palavras, os gestos…
Na entrevista, o editor estava implacável. Dizia insistentemente, sem ler um único verso do que escrevi, que a minha obra estava condenada ao fracasso e que ninguém publicaria algo meu. Seria um falhanço completo, uma autêntica perda de tempo!
Saí do gabinete onde decorreu a entrevista com as lágrimas a caírem-me dos olhos e com o coração desfeito, ferido e perdido. Como poderia ele afirmar que as mais belas palavras, que haviam saído do meu coração, não tinham qualquer valor?
O meu pai, que me acompanhara, esperava-me ansioso à porta da editora. Ao ver o meu rosto, percebeu que a entrevista não tinha corrido como ambos esperávamos. Acolheu-me com os seus braços num longo e terno abraço. Secou-me as lágrimas com os seus dedos sábios e beijou-me a testa. Acalmou-me, sossegou-me a alma e o coração. Reconfortou-me e compensou, por momentos, as lágrimas que chorei.
Mas não seria um editor frustrado que me faria desistir de mim mesma! Este tinha sido apenas o primeiro passo, mas muitos mais haveria para andar na longa estrada da vida.
Cheguei a casa ainda mais decidida a escrever.
E, anos mais tarde, as folhas escritas com poemas sem fim, deram lugar a livros que hoje estão guardados nas prateleiras de uma estante, numa casa qualquer, e que são a companhia de alguém que também sonha!
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