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por Estefânia Barroso Selecionar uma música favorita, uma “música de sempre” nunca é fácil. Tal como não o é escolher o filme da nossa vida ou o livro que mais gostámos de ler, aquele que mais nos marcou. Quando tal me é solicitado, peço, encarecidamente, que me deixem escolher, pelo menos, uns 10. Seria uma tarefa um pouco menos árdua.
Será por isso que poderia escolher, no que ao capítulo música diz respeito, “The river” do Springsteen, “Hymnes à l’amour” e “La vie en rose” de Piaf ou “The show must go on” dos Queen (gostos ecléticos os meus). Todas elas são músicas de sempre para mim, músicas da minha vida, que não posso deixar de cantarolar (“cantar” seria um verbo demasiado ambicioso para descrever aquilo que faço) a plenos pulmões. Contudo, a escolha não recaiu sobre estas músicas que citei. Recaiu sobre uma outra música da minha vida que canto a plenos pulmões sempre que a ouço na rádio. Falo do fabuloso “We are the world”. É impossível ouvir esta música sem levantar o som do rádio, impossível ouvi-la sem cantar com toda a alma e impossível não o fazer imitando as vozes e pronúncias dos muitos cantores que participam nela. Apesar dos seus 36 anos acredito que muito poucas serão as almas que nunca ouviram o “We are the world” por este mundo fora e que não saibam cantarolar, pelo menos, o seu refrão! E é nessa altura que dou por mim a pensar sobre qual será a razão para eu continuar a gostar tanto desta música ao ponto de a considerar uma das músicas da minha vida e, acima de tudo, a razão para continuar a ser tão ouvida ao longo dos anos. E, depois de pensar bem no assunto, concluo que, para além de ser uma música “orelhuda”, muito bem escrita por M. Jackson e Lionel Richie, a sua intemporalidade, provavelmente, estará relacionada com o objetivo que se pretendia atingir com ela. Relembro que a superbanda USA for Africa, e o seu single, tinham como objetivo gerar lucros que seriam enviados para combater a fome em África. Princípios tão válidos, não acham?! O We are the world foi uma música construída em cima da vontade e disponibilidade de alguns que perceberam que para ajudar bastava doar um pouco do seu tempo e da sua voz. A base de todo o processo foi o “pensar no outro”, ajudar quem precisa. E essa ideia foi transmitida a todos os que ouviram esta canção e adquiriram o 45 rotações. Acreditava-se mesmo que se podia fazer algo de diferente e, sobretudo, de melhor, por esse mundo. E é nessa energia positiva que reside, quanto a mim, a força e a intemporalidade desta canção. Infelizmente, os tempos atuais são bem diferentes. São tempos de total descrença, de apatia e algum cinismo misturado… sinto saudades dos anos 80 e sinto saudades de ouvir músicas que se tornem intemporais, pelas melhores razões, como se tornou o We are the world… Seu comentário será publicado após ser aprovado.
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Desafios de escrita criativa
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Junho 2022
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11/4/2021
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