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por Marta Janicas Há muito tempo que uso numeração romana para identificar em que dia vou, mas na verdade isto não significa que seja dia quatro. Significa que tenho quatro dias até ao meu último dia.
Desde o dia da sentença que não conheci outro lugar que não esta cela, não voltei a ver a rua, o sol que distingue a noite do dia apenas me visita à tarde, através da minúscula janela que se encontra no canto superior esquerdo. Passo todo esse tempo sentado na sanita, é apenas aí que o sol bate direto. É a minha altura favorita do dia. Não é que tenha muitas mais alturas, mas esta em que escrevo e a que me traz o banho solar são as que mais me aprazem. Podem calcular, se alguma vez lerem estas folhas, que por esta altura a refeição miserável que me trazem diariamente não me deixa mais feliz. Se morrer de fome as únicas alterações são o dia e o modo. Morrer, para mim, neste momento, traz tranquilidade e encerramento. Nem sempre pensei assim, mas despeço-me da vida como se de uma velha amiga se tratasse. Por hoje é tudo, guardei para os últimos três dias as listas que podiam fazer da minha vida uma vida diferente: A lista de arrependimentos; A lista de desejos por cumprir; A lista de todos os pedidos de desculpa. O seu comentário será publicado depois de ser aprovado.
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Desafios de escrita criativa
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Novembro 2022
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2/3/2022
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