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por Raquel Lopes Sem saída. Era assim que ela se sentia.
Inconsolável, os pensamentos tinham forma de amarras ásperas que lhe queimavam a alma. Sentia vergonha dos julgamentos alheios, raízes que a pregavam ao soalho. Sufocava em silêncio, engolida pelo desespero. A mente vestiu-se de liberdade. Deambulou por respostas. A esperança acenou ao longe. A essência dela partira sem se despedir. A impotência que sentiu tomar-lhe o corpo fê-la soltar um gemido abafado. As lágrimas explodiram em gelo marcando um rosto desfigurado pelo medo. Caiu numa solidão dormente onde um coração prostrado mal se sentia. A respiração débil anunciava um fim angustiante. Desistir de si era a única saída para ela. A ideia ganhava força a cada instante passado. Pelo caminho esfumavam-se os sonhos e o desejo de se reencontrar. Sem opções visíveis, que a fizessem regressar, abriu a porta à morte. Era agora um corpo inanimado. A última expiração fez emergir uma fumaça, acompanhada de um suspiro leve. Com desprezo, olhou-se de longe, ali caída naquele quarto gelado. Julgou-se livre até perceber que a prisão não vinha do corpo, mas de si mesma. Presa a si mesma, assim ficou. Sem saída. Inspirado na música “Lovely”, de Billie Eilish e Khalid Seu comentário será publicado após ser aprovado.
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Desafios de escrita criativa
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Junho 2022
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11/17/2021
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