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3/14/2022

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Texto de Ana Margarida Marques

 
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Encaro a porta do escritório. A placa "Dr. Esmeralda" enrola-me o estômago numa mistura de má disposição e ódio.
As luzes estão acesas, mas o brilho é quase nulo.
Está sentada no sofá.
-Não consegues conter o ódio que sentes, não é? Pois bem, aviso-te já que a sorte não está do teu lado... Que pena. Deve ser algo extremamente complicado para ti, mas eu tenho mais que fazer.
- Porque é que recebi isto? Já não fiz tudo o que me pediste?
- Mas que voz tão irritante que tens...
A sua mão, engelhada pela idade, procura a arma escondida por entre as almofadas do sofá.
- Esse documento é a tua nova vida. Não há nada que possas fazer para o alterar.
Não consigo conter as lagrimas.
- Não tens o direito de controlar a minha vida! Eu escolho como viver! Deixa-me ser livre e não revelarei o teu precioso segredo.
A sua mão toca o meu rosto. Sinto arrepios por todo o corpo. O suor que escorre pelas minhas costas está gelado.
"Por um momento pensei que estivesse a fazer a coisa certa... Só queria cortar as amarras que me prendem a uma vida de sofrimento".
- Não há nada que temer. Estás segura comigo. Sou a tua salvação!
"Se não fosse ela e o seu dinheiro, há muito que teria perdido aquilo que mais amo".
- Eu sei que tens ódio àquilo - aponta para um maço de notas -, mas achas que eu me vou importar com aquilo que tu sentes? A revolta não tem utilidade para mim. Os revoltados são a escória da sociedade.  Agora deixa-me em paz. Vai-te embora e a caminho da saída pega no teu destino, e por favor, sem lágrimas nos olhos.
- Não! Devolve-me a minha vida!
Estava cega pela raiva.
"Se aquela mulher desaparecer, finalmente serei livre!"
Pego num candeeiro de vidro e corro na sua direção.
Vidros estavam por toda a parte. O seu rosto estava ensanguentado. A sua mão também coberta de sangue ocultava o olho direito.
-Eu prometi que se me trouxesses problemas, teria de me livrar de ti. Não vais arruinar a minha vida!
Apontou a arma na minha direção. Estava condenada à morte.
Senti a bala perfurar-me o peito. O ódio tinha desaparecido, a angústia também. Nada mais fazia sentido... O meu olhar, cego, observava a mulher encharcada em sangue. Gritava em desespero...
A porta abriu-se violentamente. Ouvi passos, e o meu corpo cedeu.
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