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Encaro a porta do escritório. A placa "Dr. Esmeralda" enrola-me o estômago numa mistura de má disposição e ódio.
As luzes estão acesas, mas o brilho é quase nulo. Está sentada no sofá. -Não consegues conter o ódio que sentes, não é? Pois bem, aviso-te já que a sorte não está do teu lado... Que pena. Deve ser algo extremamente complicado para ti, mas eu tenho mais que fazer. - Porque é que recebi isto? Já não fiz tudo o que me pediste? - Mas que voz tão irritante que tens... A sua mão, engelhada pela idade, procura a arma escondida por entre as almofadas do sofá. - Esse documento é a tua nova vida. Não há nada que possas fazer para o alterar. Não consigo conter as lagrimas. - Não tens o direito de controlar a minha vida! Eu escolho como viver! Deixa-me ser livre e não revelarei o teu precioso segredo. A sua mão toca o meu rosto. Sinto arrepios por todo o corpo. O suor que escorre pelas minhas costas está gelado. "Por um momento pensei que estivesse a fazer a coisa certa... Só queria cortar as amarras que me prendem a uma vida de sofrimento". - Não há nada que temer. Estás segura comigo. Sou a tua salvação! "Se não fosse ela e o seu dinheiro, há muito que teria perdido aquilo que mais amo". - Eu sei que tens ódio àquilo - aponta para um maço de notas -, mas achas que eu me vou importar com aquilo que tu sentes? A revolta não tem utilidade para mim. Os revoltados são a escória da sociedade. Agora deixa-me em paz. Vai-te embora e a caminho da saída pega no teu destino, e por favor, sem lágrimas nos olhos. - Não! Devolve-me a minha vida! Estava cega pela raiva. "Se aquela mulher desaparecer, finalmente serei livre!" Pego num candeeiro de vidro e corro na sua direção. Vidros estavam por toda a parte. O seu rosto estava ensanguentado. A sua mão também coberta de sangue ocultava o olho direito. -Eu prometi que se me trouxesses problemas, teria de me livrar de ti. Não vais arruinar a minha vida! Apontou a arma na minha direção. Estava condenada à morte. Senti a bala perfurar-me o peito. O ódio tinha desaparecido, a angústia também. Nada mais fazia sentido... O meu olhar, cego, observava a mulher encharcada em sangue. Gritava em desespero... A porta abriu-se violentamente. Ouvi passos, e o meu corpo cedeu. Your comment will be posted after it is approved.
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Desafios de escrita criativa
Este é o espaço onde publicamos os textos dos membros do Clube de Escritores. Histórico
Novembro 2022
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3/14/2022
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