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12/14/2021

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Texto de António Silva

 
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Ele teve o azar de nascer um tipo romântico! As mulheres é que deviam ser românticas e não os homens. A emancipação do sexo feminino trouxe muitas coisas novas, incluindo falarem e praticarem abertamente as suas fantasias. Obviamente que ele não se opunha a este direito essencial, mas ele era apenas um tipo romântico, não percebia nada de taradices. O que ele queria do sexo, pouco mais era do que a posição do missionário e dormir enroscado com a sua amada. Tão simples quanto isso. No entanto, para mal dos seus pecados, a sua namorada era uma pervertida escondida atrás das suas boas maneiras e óculos de leitora compulsiva. Isso levou-os até aquele momento. Afinal de contas o que é que ele percebia de BDSM!?
Alguém se lembrou de escrever um livro chamado ‘As Cinquenta Sombras de Grey’, que deixou as mulheres todas a fantasiar com sadomasoquismo. A namorada dele também leu, gostou e quis experimentar. Insistiu tanto que ele teve de ceder. Agora olhava para o corpo despido dela amarrado na cama, deitada de barriga para baixo, vendada e amordaçada, com o traseiro exposto à sua mercê.
Debaixo da mordaça ela conseguiu exprimir algumas palavras, que mais pareciam grunhidos: “Quando é que começas”!?
Ele engoliu em seco. Não tinha a certeza se tinha coragem para fazer aquilo. Talvez fosse a fantasia de muitos homens, mas não era a dele. Contudo perguntou: “Preparada?”. Ela soltou um sim abafado. Ele subiu o braço e deu a primeira chicotada, sem qualquer reação da parte dela. Bateu mais algumas vezes sem que ela reagisse.
“Cebola!”, acabou por gritar debaixo da mordaça. Era a palavra-passe que tinham combinado para um caso de urgência. Pensou que era uma palavra estranha. Mas se ela gritou é porque algo estava errado! Apressou-se a soltá-la das amarras. “Estás bem?”, perguntou preocupado.
“Que diabo estás tu a fazer?”, respondeu extremamente irritada. Ele encolheu os ombros sem perceber o que se estava a passar. Ela levantou-se bastante incomodada e pegou no chicote que ele usou. Viu com estranheza que não era o mesmo que tinha trazido consigo. “Não acredito que me chicoteaste com um fio de lã”.
“Mas o chicote ia doer muito! Por isso fiz esse de lã para não doer…”, respondeu confuso.
“A ideia é essa! Agora vou eu mostrar-te como se faz! Tira a roupa!”, ordenou ela furiosa.
Ele estava atrapalhado, mas obedeceu prontamente. Ela atirou-o para cima da cama e colocou-o na mesma posição em que ela estava antes, deixando-o totalmente à sua mercê. Amarrou-o severamente e amordaçou-o, enquanto proferia palavras brutas. “Agora vais ver como se faz!”, resmungou ela, dando-lhe uma forte palmada no traseiro. Estranhamente ele achou aquilo tudo muito excitante.
Depois, sem qualquer sinal de aviso ela usou o chicote verdadeiro e... “FWWIIIIP”! Fez-se ouvir o som do cabedal a atravessar o ar.
A partir daqui, acredito que não vale a pena descrever o resto da cena. Passo logo para o dia seguinte. O nosso amigo romântico estava vigorosamente feliz. Isto, apesar dos colegas de trabalho repararem que ele estava com dificuldades em sentar-se…
É assim o amor dos tempos modernos!...
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