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Sexta feira, toca o despertador à mesma hora de sempre, 6:10. É escuro lá fora. Vou colocando um pé de fora da cama, depois o outro. Incrível como a rotina é sempre a mesma, tomar duche, vestir-me, carregar a mochila às costas, pegar numa mão o batido de proteína de baunilha, e na outra o meu livro. Nas calmas, saio em direção à estação de comboio. Gosto de chegar antes da hora. Acautelar possíveis imprevistos.
Enquanto espero, sento-me sempre no mesmo banco, olhando para o infinito do horizonte e a respirar fundo, tomar fôlego. A aproximar-se, ouve-se o som do comboio, e em simultâneo o aviso de que o comboio está a chegar. Vejo pessoas a correr, outras apenas encostadas à espera, e eu permaneço sentada, calma. O meu lugar era sempre o mesmo, o 21E. Sou uma mulher de superstições, 21 por ser o meu dia, o meu número da sorte, e o E da inicial do meu nome, Eva. Já sentada, coloco a mochila entre as pernas, livro nos joelhos, segurado por ambas as mãos, e inicio a viagem sempre com o mesmo ritual… de olhos fechados faço uma reflexão sobre as coisas boas que acontecem na minha vida, e agradeço! Uns minutos de pura reflexão. Tudo corria na perfeição, mas um cheiro a perfume… misturado com o cheiro da pele chamou a minha atenção…senti um chamamento difícil de explicar, “será que este homem bonito, de estilo citadino, sentado à minha frente, é a minha alma-gêmea espiritual?!” Ele mete conversa comigo, fala acerca do livro que estava bem seguro nas minhas mãos, e, sinto-me cativada, levando o meu cérebro a fantasiar… não me sentia de todo atraída fisicamente por aquela pessoa, mas as suas características positivas cativavam-me, de tal forma que, nesta que seria apenas mais uma viagem, vi-me confrontada com sentimentos e emoções estranhas…. um misto de mistério, incerteza, e até algum perigo…afinal era apenas um estranho, nem o nome dele sabia…e inconscientemente queria mais. Tão simples quanto isto! Num ápice, chega o aviso de chegada ao meu destino, que desolação, queria continuar esta viagem… meto o livro na mochila e carrego-a às costas, e em jeito de despedida estico o braço direito para lhe dar um aperto de mão … ele retribui… o toque delicado, a pele macia … fui invadida por um arrepio na espinha, um frio no estômago, uma aceleração do coração. Tentei disfarçar, se bem que o meu rosto com certeza ficou corado. Só queria sair dali a correr… Senti o ar frio a inflar os meus pulmões, a respiração desacelerou e só precisava de lavar o rosto para não parecer uma doida. Dirigi-me à casa de banho, baixei-me para lavar o rosto, quando senti um puxão rápido. Quando dei conta estava fechada na casa de banho…com Ele. Naquele momento dois corpos uniram-se pelo desejo sexual fugaz. O seu comentário será publicado depois de ser aprovado.
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Novembro 2022
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3/25/2022
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