Texto de Paulo Reis Simões

O estranho mundo de Romeu

Carolina estava viciada com as noites de paixão e amor online que vinha a manter com Romeu nos últimos tempos.
Tinha-lhe ligado quase à meia-noite, mas ele não atendeu.
Não faz mal - pensou - começo sozinha.
Já despida dos calções sensuais que lhe moldavam as formosas ancas, começou a passar com as pontas dos dedos pelo corpo que se arrepiava a cada toque.
     - Continua - ouviu dentro da sua cabeça.
Sobressaltou-se por ouvir a voz de Romeu.
    - Vou fazer-te sentir prazer como nunca sentiste.
    - Estou a ouvir-te e a sentir-te, como é possível?
    - Tu sabes do que eu sou capaz.
    - Estou a sentir-te, continua.
 
Carolina contorcia-se de desejo, arqueava as costas a cada toque dos seus dedos. 
    - Sente-me. Quero amar-te para sempre.
    - Leva-me ao céu, não pares.
 
Carolina adormeceu após vários orgasmos incontroláveis repletos de paixão.
 
Logo pela manhã Carolina voltou a ligar para Romeu.
Queria tanto falar com ele acerca da noite anterior, mas desta vez o telemóvel estava desligado.
Passou todo o dia com ele no pensamento. Tudo o que já tinham sentido um pelo outro não era normal. Tinham de ter algum tipo de conexão. Amor, karma, vidas passadas, quem sabe almas gémeas ou até mera loucura.
Carolina já não conseguia viver sem ele. Amava-o, para além do facto dele a deixar louca de paixão e todo o seu corpo estremecia só de pensar nele.
Tinham tido um relacionamento fugaz inicialmente, mas agora tudo era diferente, único, mágico.
O seu telemóvel começou a tocar. Seria Romeu? Não era.
- Olá, Gabriela.
- Carolina, soube agora que o Romeu está há dois dias no hospital em "estado de coma", sabias?