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Naquele momento, Deide pressentiu qualquer coisa estranha. Tudo ficou subitamente silencioso…até mesmo as folhas nas árvores estavam em silêncio, não soprava nenhuma aragem, quando momentos antes ele sentira a brisa própria da altitude a que se encontrava.” Não é normal!” murmurou para si “algo se passa aqui…”
Virou-se em todas as direções e não avistou nada, somente a quietude e o silêncio angustiante que pairava no ar. De repente sentiu os cabelos na nuca arrepiados, não era um bom sinal…algo estava ali e ele não conseguia descobrir! Ficou estático, tornou a sua respiração lenta, muito lenta, como se respirar fizesse um barulho horrível no meio daquele silêncio. No instante seguinte, intuiu algo atrás de si e, antes que conseguisse virar-se, ouviu na sua mente: “Não te movas!” era uma ordem, desconhecia a sua origem, mas ele obedeceu. Sentiu que algo se aproximava das suas costas, um bafo quente, um respirar agitado. Continuou imóvel e deixou que o que quer que fosse o cheirasse, que sentisse o seu odor, isso era importante para algumas espécies, ele sabia. E havia aquela voz na sua mente a dizer-lhe para não se mover… O tempo passou muito devagar, não soube quanto tempo ficou ali a controlar a sua respiração, o desejo de se voltar e derrubar aquele ser que se tinha aproximado pelas suas costas, sentia que não estava a controlar a situação e não estava habituado a isso. Tudo na sua vida era metodicamente controlado, não gostava de surpresas, tinha desenvolvido estratégias para conseguir resolver todas as situações menos óbvias. E agora…, mas algo lhe dizia que devia mesmo estar quieto e aguardar! Ao fim de algo tempo a voz soou novamente na sua mente: “Já podes voltar-te, devagar, não faças movimentos bruscos, por favor. Guim gosta de ti.” “Guim?! Quem será esse que gosta de mim?”, pensou Deide. Voltou-se devagar e teve de fazer um esforço para se manter calmo. Diante de si estava o maior animal que alguma vez vira…um dragão enorme. Tinha a cabeça mesmo à altura do seu rosto, os olhos verdes miravam-no com curiosidade. O seu corpo estava revestido de escamas cinzentas de diversos tons. Deide ficou petrificado, após o primeiro instante em que pensou pegar na espada e combater, no entanto, o pedido de que não fizesse movimentos bruscos fez com que ficasse quieto. Mas um dragão?! Estavam extintos há centenas de anos! Pouco depois, o dragão baixou a cabeça até junto do chão e Deide percebeu que alguém descia pelo pescoço até poder dar um salto até ao solo. Aí, com a mão no pescoço do dragão estava a jovem mais linda que ele alguma vez vira. Estranha, sim, mas muito bela. “Olá, eu sou a Neiva” murmurou novamente aquela voz na sua mente. Seu comentário será publicado após ser aprovado.
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Desafios de escrita criativa
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