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Fotografias
Levo-a guardada no peito. Protegida pela pele. Próxima ao coração. Não pesa e regista todos os momentos que observo. O modo como o mundo percorre inexoravelmente o seu caminho. A celeridade com que os eventos ocorrem. Caminho na rua examinando os rostos que me trespassam com olhares escondidos ocultando aquilo que os lábios teimam em suster. Sinto então o clique, suave, na zona superior da minha caixa torácica. Cerro os olhos por alguns instantes e vejo os pensamentos. São como segredos sussurrados bem baixinho. Aqueles que dizemos com a voz da alma, não são ouvidos, mas sim sentidos. Guardo-os na minha memória. Os pedidos de ajuda, os gritos sufocados, os desejos ardentes, as esperanças no futuro, as zangas, os pedidos de desculpa perdidos, as perdas, as vitórias, a ternura, o desespero, a solidão… Sento-me no banco de jardim. O dia termina e a panóplia de cores que pintam o céu invadem o campo da minha visão. Todo o meu ser está preenchido pelas ideias que registo a cada encontro propositado ou acidental. Questionou-me sobre o silêncio que habita este mundo, onde aparentemente tudo é luz. Iluminação frágil que rapidamente é revelada pela obscuridade dos pensamentos isolados de cada um. Quero gritá-los na esperança de que o vento os encaminhe na melhor direção. Que o seu sopro encontre os ouvidos e corações que tanto procuram. Levo-a guardada no coração. A máquina fotográfica. Que a cada pulsação clica e regista o que vai na alma das pessoas. O seu comentário será publicado depois de ser aprovado.
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Desafios de escrita criativa
Este é o espaço onde publicamos os textos dos membros do Clube de Escritores. Histórico
Novembro 2022
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10/11/2021
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