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por Marta Janicas Sonhei contigo.
Quem és? Não sei. Sinto que te conheço, que partilhámos uma história. Tudo à tua volta é escuro, a penumbra oculta-te o rosto. Nunca te ouvi falar, não duvido de que tenhas uma voz grave e séria. Estás totalmente vestido de preto, como sempre, talvez não te conheça na realidade, mas aqui neste mundo que é só meu, tu já tens lugar cativo. Não sei o teu nome, honestamente nunca pensei dar-te um, estremeço só de pensar que algum dia terei de te enfrentar. No sonho nunca me olhaste, nunca te dirigiste a mim. Vejo-te de um ângulo inferior, como quem admira alguém a passar. Idolatro-te. Fico extasiada quando te vejo passar, altivo e confiante. Acho que não devia expiar-te, mas sinto que é uma questão de vida ou morte. O teu olhar não se desvia do caminho que percorres, não fazes ideia de que me encontro aqui, mas sabes que não estás sozinho. Quando abrandas o passo até estagnares e fechas os olhos, penso que é desta que vou ser apanhada. O meu palpitar aumenta, a minha caixa torácica torna-se pequena para tanto bombear, os meus ouvidos não suportam o barulho – pum-pum-pum – frenético. Acredito que, embora não me tenha mexido um milímetro, tu me consegues ouvir. Que és atraído para o meu pulsar. As gotículas de suor acumulam-se e o desespero começa a instalar-se. Ainda não retomaste o teu caminhar decidido. Eu não estou preparada. Em breve vais encontrar-me e vais obrigar-me a confessar. - Vai obrigá-la a confessar o quê? - Esperemos que a resposta esteja no próximo capítulo. Não se esqueçam, amanhã às 19 horas aqui no clube. O seu comentário será publicado depois de ser aprovado.
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Desafios de escrita criativa
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Novembro 2022
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3/15/2022
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