Éramos dezoito. Todas em estado terminal. Combinámos de nos encontrar nesse velho banco para celebrar pequenas enganações à morte anunciada. Fizemos assim durante três anos, entre uma sessão e outra de quimio, rádio ou coisa parecida. No entanto, a cada encontro ficava a faltar uma de nós. O cancro havia levado. Agora, estou só... nesse banco. A última das condenadas. À espera... Sozinha? Nada: tenho essa rosa. Simbolicamente, nos foi passada a cada despedida. É como se as flores nunca morressem, nem perdessem o brilho. Até cai uma pétala, mas logo volta a brotar nos galhos e na vida.
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de Ana Virgínia PereiraA Dona Laura tem uma voz aguda e uma passada grave. A minha janela espreita-a, mas é a Dona Laura que tem fama de alcoviteira.
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Desafios de escrita criativa
Este é o espaço onde, semanalmente, te desafiamos a exercitares a tua escrita. Histórico
Novembro 2020
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