Mais do que saber como escrever, os escritores gostam de saber como não escrever. E isso não é exclusivo dos iniciantes. No entanto, naturalmente, um autor em início de carreira tenderá a cometer mais erros. Os três passos para a evolução são detetar, aceitar e corrigir.

Falamos-te de quatro erros comuns e de como os poderás evitar.

1. Escrever demais.
No início, é normal que te preocupes em detalhar as cenas da tua história. Porquê? Porque receias que o leitor não tenha informação suficiente para criar todo o cenário na sua imaginação. Com o tempo, perceberás que quem lê tem a capacidade de imaginar uma cena - ou personagem - sem que necessites de recorrer a descrições extensas e detalhes irrelevantes.
Também pode acontecer que te entusiasmes porque estás, finalmente, a escrever o primeiro livro. Mas, se queres que a tua obra seja um sucesso, certifica-te de que aquilo que escreves contribui para o desenrolar da história, caso contrário, apenas conseguirás entediar o leitor.

2. Ausência de voz.
Um livro de José Saramago tem voz própria, e essa voz será diferente da de outro autor, António Lobo Antunes, por exemplo.
Encontrar um estilo próprio não é fácil e acontece, normalmente, com o tempo e experiência. A melhor forma de encontrares o teu é treinando a escrita e lendo autores da tua preferência. Não copies a sua voz, mas inspira-te nela. Copiar o estilo de outro autor, não só será perceptível como descredibilizará a tua carreira e originalidade. O objetivo é que te tornes único e te destaques num mercado saturado.

3. Poucos ou demasiados conflitos.
Antes de mais, nota que os conflitos poderão ser externos ou internos e que são imprescindíveis para manter o leitor interessado na história.
Em cada capítulo do teu livro deverá ocorrer um conflito ou a leitura tornar-se-á aborrecida. Não caias na tentação de pecar por excesso, pois isso sacrificará o espaço de que o leitor necessita para criar empatia com as personagens. O ideal é que encontres um equilíbrio e que os conflitos criados sejam relevantes para a história.

4. Erros nos tempos verbais.
Normalmente, quem escreve sente-se relativamente confortável com a gramática, mas é muito frequente que escritores iniciantes cometam erros na utilização dos tempos verbais. E o pior é que são lapsos que facilmente passam despercebidos ao escritor e não ao leitor. Esta falha é suficiente para arruinar a tua obra.
O nosso conselho é que edites o livro capítulo a capítulo, para que não corras o risco de ter que corrigir tempos verbais quando já escreveste duzentas páginas.
Como podes evitá-lo? Lê bons livros, com sentido de observação: concentra-te mais na gramática do que na história. E estuda português, não é vergonha nenhuma e só demonstra o teu empenho em produzir literatura de qualidade.

Esperamos que este artigo te ajude a alcançar os objetivos que almejas. Se precisares de uma ajuda extra, aconselhamos as nossas aulas individuais de escrita criativa, adaptadas às tuas necessidades.

Tens outras dificuldades? Quais? Deixa as tuas dúvidas nos comentários.

Existirá algum escritor que nunca se tenha feito esta pergunta? Com ou sem experiência, com livros publicados ou não, temos a certeza de que todos a fazem.
Vamos aos factos: existem bons e maus escritores. Alguns maus escritores chegam à ribalta, alguns bons escritores nunca saem do anonimato. Mesmo aqueles que são considerados bons escritores escrevem maus textos, e talvez não seja exagero dizer que o fazem muitas vezes.
Defendemos que a escrita pode ser treinada, assim haja paixão e empenho. Mas existem sinais claros de que és uma promessa por concretizar.
Mesmo que não satisfaças todos os requisitos, é importante que te revejas em alguns:

Antes de mais, para seres um bom escritor deves ser tecnicamente bom. Se a tua gramática é tão má que ninguém entende o que escreves, não és um bom escritor.
Não tens que ser perfeito, mas deves ser capaz de aplicar as regras gramaticais sem pensar muito. Se vais dar erros? De certeza que sim. Vais quebrar regras? Também.  Todos os bons escritores o fazem.

Naturalmente, nem todos os estilos são bons, mas todos os bons escritores têm um estilo próprio.
Já reparaste que na pintura, por exemplo, é fácil adivinhar o criador apenas olhando para a obra? É assim em todas as formas de arte e na escrita criativa não é diferente.
Encontrar a tua voz pode não ser fácil, mas vale a pena.

Este é, talvez, o sinal mais óbvio de que és um bom escritor. É um facto que a maioria das pessoas não domina a escrita, e nem tenta, por isso, quando descobrem que és um bom escritor tendem a pedir favores relacionados com a escrita. Podem pedir, por exemplo, para leres um e-mail antes de o enviarem ou pedir-te para escreveres conteúdo para uma página de internet que estão prestes a publicar.

Calma, isto não significa que te sentas a escrever e és sempre um "Speedy Gonzalez" das escrita. Existirão momentos difíceis em que bloqueias e a inspiração não surge. No entanto, sabemos que os bons escritores escrevem com rapidez quando o momento é favorável à inspiração.
Não existe um número médio de palavras por minuto que definam quem é ou quem não é um bom escritor, e escrever rápido não significa que o teu livro esteja concluído num mês. Porém, significa que és hábil com o teclado ou, se preferires, com a caneta.

Se é raro alguém odiar escrever e ser bom na escrita, é ainda mais raro alguém adorar escrever e ser mau na escrita. Esta é fácil, não?
Vamos ao tira teimas: tu adoras escrever e as pessoas adoram ler o que escreves? Então, a probabilidade de seres um bom escritor é bastante alta.  Mas lembra-te que tudo é influenciado por gostos pessoais, não é porque uma minoria não gosta do que escreves que és um mau escritor. E se o teu estilo for mesmo único, até pode ser que apenas uma minoria goste do teu trabalho e isso não significa, igualmente, que és um mau escritor. Nunca desistas do que amas fazer sem avaliar as variáveis envolvidas.

Se leste este artigo até ao fim acreditamos que és um bom escritor. Porquê? Porque um bom escritor se compromete com a sua arte, na aprendizagem e na evolução.
Um bom escritor formula a seguinte questão: "sou um bom escritor?"; um mau escritor formula a mesma questão de forma diferente: "sou um mau escritor?".
E tu estás aqui, não é?

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