Embora o ensino da escrita de ficção remonte à época Aristóteles, alguns escritores hesitam diante do formulário de inscrição de um curso ou oficina. Autores de sucesso assumem ter frequentado aulas de escrita, porque sabem que muito mais do que um dom, escrever bem é uma competência. Descubra como participar num curso o ajudará a crescer enquanto escritor. Obriga-o a vencer a resistência Depois de vencer a resistência à participação, prepare-se para ser desafiado a exercitar técnicas e criatividade. Com o tempo contado, a única opção é escrever. Se quiser superar-se e aumentar a autoconfiança, partilhe os seus textos com os outros participantes e acolha as críticas construtivas do formador. Incentiva-o a assumir-se como escritor Num curso de escrita todos são tratados como escritores. Se está no curso para escrever - e evoluir - é um escritor. A mentalização é um passo importante para a construção de autoridade e para a implementação de rotinas de escrita. Sem elas, a sua carreira não evolui. Dá-lhe as ferramentas certas A resistência resulta da insegurança, e esta é, quase sempre, motivada pela sensação de que não sabe como iniciar e desenvolver uma história. Num curso aprenderá a organizar ideias, a identificar as melhores, a estruturá-las e a desenvolvê-las. Aplicar os novos conhecimentos aumentará consideravelmente as hipóteses de aceitação e sucesso da sua obra. Ajuda-o a evoluir Os cursos de escrita complementam o talento inato, oferecendo-lhe acesso a técnicas e truques que poderá, depois, praticar. Mesmo que tenha um enorme potencial literário, há sempre espaço para evoluir. Não atingirá o sucesso a menos que assuma o ofício da escrita como uma arte que exige aperfeiçoamento constante. Conhece outros escritores Partilhar ambições e receios com outros escritores ajudá-lo-á a perceber que não está sozinho na jornada. Além disso, encare o evento como uma possibilidade de aumentar a sua rede de contactos. Vamos escrever juntos? Veja o próximo curso do Laboratório de Escrita e a nossa tutoria. Se procura foco, junte-se a nós no Retiro de Escritores, no coração da Serra de Aire e Candeeiros (restam apenas duas vagas).
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Já foi à Feira do Livro? Para si, que é escritor, é como entrar cheio de gulodice na Casinha de Chocolate. Sacos cheios de livros que, ao chegar a casa, empilha numa torre instagramável. Os seus olhos crescem enquanto escolhe a primeira leitura. Um-dó-li-tá. Essa voracidade com que lê é excelente, mas será que entre tanta euforia se esqueceu de que também é autor? Uma visita à Feira do Livro - ou várias - pode ser útil para a sua carreira. Continue a ler para saber como. Aponte os nomes da editoras Para enviar os seus manuscritos, deve saber que editoras existem no mercado e como trabalham. Da extensa lista a que terá acesso, quais delas são as tradicionais e quais são as prestadoras de serviços editoriais? Abra uma folha de cálculo e comece a construir uma base de dados. O mapa da feira será uma ajuda preciosa. Vasculhe, vasculhe, vasculhe Os nomes das editoras e a forma como atuam no mercado não chegam. Observe os livros expostos em cada uma delas: qual é o género predominante? Publicam autores portugueses? E novos autores? Os livros são maioritariamente comerciais ou literários? Complete a base de dados com estas informações. Quando enviar a sua obra, saberá exatamente que editoras poderão ter interesse na sua história e as hipóteses de aceitação serão maiores. Disparar e-mails pode ser tentador, mas não é o melhor método. Estabeleça contactos Participe nos eventos agendados. Conheça pessoas: outros escritores, promotores, editores. Peça contactos para enviar as suas obras para avaliação. Aumentar a rede de contactos é aumentar probabilidades e possibilidades. Observe Este é um ponto base. Para onde deve levar o seu bloco de notas? Para todo o lado! Registe o ambiente, os diálogos, as pequenas histórias que acontecem à sua volta. Escritores não deperdiçam nada das suas vivências diárias, muito menos das anuais. Não se esqueça: em cada pessoa uma personagem, em cada ambiente um cenário, em cada ação um relato. A sobremesa serve-se no final do repasto. Coma uma fartura, você merece. Chupe os dedos. Registe a impressão digital gordurosa numa página do seu caderno. Agora sim, passou ao próximo nível.
E se a sua história tivesse o potencial de se tornar um bestseller, mas nunca visse a luz do dia? Talvez tenha levantado a sobrancelha e desenhado um sorriso cético. Há alguns anos, José Rodrigues dos Santos ou J. K. Rowling teriam feito o mesmo.
Embora não existam fórmulas mágicas – cuidado com a banha da cobra -, existem hábitos que aumentam a probabilidade de ver o seu livro entre os mais vendidos. Afinal, como disse um dia António Lobo Antunes sobre o ofício da escrita: “Não há talento, há bois. Só há bois a marrar”. Partilhamos consigo alguns hábitos dos escritores de sucesso. 1 – Escrevem todos os dias. Sim, todos os dias! Escritores de sucesso não esperam pela inspiração, vão buscá-la à observação das coisas mundanas e não se levantam da secretária enquanto não tiverem escrito algumas linhas. Muito ou pouco, melhor ou pior, sabem que é importante manter o hábito e dele retirar prazer. 2 – Leem todos os dias. A escrita é um ofício que vive da impregnação, por isso não há quem escreva bem sem ler muito. Escritores de sucesso não apreciam a leitura apenas na sua vertente lúdica, sabem que é uma oportunidade de aprendizagem pela observação de questões técnicas e criativas, como a estrutura do enredo ou o estilo. 3 – Estudam. Se é verdade que ler romances é uma forma de estudo, não é menos verdade que existem outros recursos valiosos. A maioria dos grandes escritores passaram por aulas ou cursos de escrita criativa e não têm a ilusão de que ser talentoso é suficiente (desculpe, E. L. James). O primeiro manual de escrita – “Poetria Nova”, de Geoffrey of Vinsauf – foi publicado no ano de 1210. Estudar escrita criativa não é uma moda recente, é uma forma inteligente de evoluir no ofício. Se a sua bolsa não lhe permite inscrever-se em cursos, existem recursos gratuitos disponíveis na internet, assim como oficinas gratuitas. 4 – Assumem-se escritores. Não é incomum que os escritores tenham vergonha de se apresentar como escritores. Profissional ou não, quem escreve é escritor, tal como dois jogadores de basquetebol que jogam em ligas diferentes são jogadores de basquetebol. A aprendizagem é constante, a diferença é que uns são reconhecidos e outros não. Outrossim, ao assumir-se como escritor o seu cérebro vai impeli-lo a agir como um, o que não só aumentará as hipóteses de adotar estes hábitos e de melhorar a sua escrita, como o ajudará a estabelecer contactos que poderão ser preciosos para o seu reconhecimento. 5 – Estabelecem prazos (e cumprem). Se um escritor de sucesso determina uma data para ter o manuscrito pronto, ele terá. Muitas vezes a obrigação de cumprir prazos é imposta pelas editoras, mas não é menos verdade que outras tantas é uma questão de ambição: ambição de escrever um livro por ano, ou até dois. É isto que faz um bom escritor, levar a escrita a sério. 6 – Não são snobes com os seus projetos. Escritores de sucesso colocam o mesmo empenho em todos os projetos para os quais são contratados, não importa se se trata de um artigo de opinião sobre os concorrentes do “Big Brother” ou de um novo romance. Claro que são livres de recusar trabalhos, mas quando aceitam um sabem que ele é importante para a sua carreira. O profissionalismo compensa. 7 – Vivem. Parece estranho, mas alguns escritores romantizam a escrita a um ponto que os leva a embarcar em autênticos retiros espirituais: sentam-se no computador acompanhados de um copo de vinho tinto, leem, entregam-se a momentos de introspeção, em suma, isolam-se. Ora, para escrever é preciso viver e viver passa por tirar prazer do trabalho, ter um hobbie, praticar desporto, entregar-se a momentos de lazer e de convívio. Sem se observar o mundo não existe brainstorming, sem brainstorming não existem ideias. “Vive antes de tentares escrever. Um escritor sem “mundo” é como um carro sem motor, só tem carapaça.” - João Tordo 8 – Não deixam frases a meio. Aflito para fazer chichi? Talvez possa esperar até completar a frase. Interromper uma linha de pensamento é, muitas vezes, matar a criatividade em momentos cruciais da história. Os grandes escritores sabem que não devem fazê-lo, por isso têm o excelente hábito de não cederem à tentação de editar frases incompletas e de se protegerem de interrupções. 9 – Dificuldades não os assustam. Escritores de sucesso são extremamente focados nos seus projetos, mesmo quando alguma coisa os incomoda. Ainda que o dia tenha sido mau ou se sintam doentes, sentam-se a escrever e fazem um brilharete. Quanto maior é o desafio, maior é a vontade. 10 – Não desistem. Inseguranças, críticas e recusas? São um clássico e fazem parte do pacote. Escritores de sucesso acreditam tanto nas suas capacidades que as críticas dos leitores e as recusas das editoras não passam de uma maçada. São como uma tempestade anunciada que não vinga, que não passa de um sopro que os despenteou por momentos. Composta a cabeleira estão prontos para prosseguir, nunca para desistir. Como vai ser consigo, persiste ou desiste? |
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Fevereiro 2024
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