Stephen King escreve dez páginas por dia e nem no Natal tira folga. Foi viciado em álcool e drogas, e admite não se recordar de ter escrito alguns dos seus livros de maior sucesso. Antes de ires a correr para a garrafeira, talvez queiras experimentar estas dez dicas do mestre do terror: 1. A boa descrição consiste em apenas alguns detalhes bem escolhidos que vão falar por tudo o resto. 2. Se fizer o seu trabalho, as suas personagens vão ganhar vida e começar a agir por conta própria. Sei que isso soa um pouco assustador se nunca vivenciou algo parecido, mas é incrivelmente divertido quando acontece. E vai resolver vários dos seus problemas, pode acreditar. 3. O ritmo é a velocidade com que a narrativa se desenrola. Existe, nos círculos editoriais, uma crença tácita (logo, não defendida e não confirmada) de que as histórias mais bem-sucedidas comercialmente têm ritmo um vertiginoso. 4. Ninguém pode imitar a maneira peculiar de um autor de se aproximar de determinado género, ainda que possa parecer a coisa mais simples. Pessoas que decidem enriquecer escrevendo como outro autor não produzem nada além de imitações pálidas, na sua maioria, porque vocabulário não é a mesma coisa que sentimento, e a verdade compreendida pelo coração e pela mente. 5. Uma das principais regras da boa ficção é nunca dizer algo que pode, em vez disso, mostrar. 6. A boa ficção começa sempre com a história e progride até chegar ao tema, quase nunca começa com o tema e progride até chegar à história. 7. A primeira versão de um livro – mesmo um livro longo – não deve demorar mais de três meses a ser escrita, que é a duração de uma estação do ano. 8. O parágrafo de uma única frase lembra mais a fala que a escrita, e isso é bom. Escrever é seduzir. 9. A situação vem primeiro. As personagens — sempre rasas e sem características, no início — vêm depois. 10. Ler durante refeições é considerado rude em sociedades educadas, mas se pretende ser bem sucedido como escritor, ser rude deve ser a sua penúltima preocupação. A última deve ser uma sociedade educada e o que ela espera. Se pretender escrever tão verdadeiramente quanto pode, os seus dias como membro de uma sociedade estão contados, de qualquer forma. És fã de Stephen King? Deixa-nos o teu comentário.
1 Comentário
Porque fomos convidados, porque adoramos escrita criativa, o cheiro dos livros, a arquitetura e a história da livraria mais antiga do mundo. Porque nos sentimos em casa e somos sempre muito bem recebidos. Porque os participantes, como nós, se dedicam sem reservas e enchem a sala de risos, mimos e letras.
Galgamos o nosso propósito para que a escrita e a literatura vinguem, para que a língua de Camões seja tratada com a deferência que merece. Por onde começamos? Pelas crianças. Desta vez, a gramática junta-se à escrita criativa numa brincadeira de miúdos. E vamos divertir-nos, querem apostar? No final, brindamos com uma bica no café Bertrand, sob o olhar atento de Fernando Pessoa. Queres escrever um livro, mas não sabes por onde começar? Nós ajudamos! 1. Prepara-te para o início de um sonho. Não falamos de preparação emocional, falamos de coisas práticas. Encontra o refúgio ideal. Não necessitas de um espaço perfeito, mas é importante que seja confortável. Pode ser um café, um jardim, o escritório, o teu quarto. Se optares por um espaço privado, instala um painel à tua frente onde possas afixar imagens inspiradoras, compra uma pequena fonte budista ou uma planta para a secretária. Ou tudo isto. É o teu espaço, tu mandas. Não te esqueças de ter à mão todo o material que consideras necessário para o processo de redação: computador, bloco de notas autocolantes, caneta, lápis, marcadores e, claro, o software da tua preferência. Por último, mas não menos importante, define metas diárias de escrita e prazos para conclusão. Não estipules metas irrealistas, considera as tarefas diárias e cumpre o teu objetivo. O rigor ajudar-te-á a manter a motivação e o foco. 2. Ideias. Grandes, pequenas, boas, más, usá-las todas seria impressionante. Aponta-as e faz uma triagem mais tarde. Segue a intuição: se não te parece uma excelente ideia provavelmente não é. Lembra-te, ideias não são histórias, terás que as transformar numa. Das personagens aos eventos, cenários e outros detalhes relevantes, prepara-te para um exercício criativo sem precedentes. Se precisares de tomar notas ou adiantar trabalho quando sais de casa, e não tens o computador ou um caderno à mão, sugerimos aplicação Novelist para Android. 3. Planeamento. Se já tens a ideia principal para a redação da tua obra, começa a planear. Alguns escritores planeiam todos os detalhes, outros preferem deixar fluir e existem ainda os que optam pelo meio termo. Esta é uma escolha muito pessoal, no entanto, aconselhamos a que tenhas pelo menos uma ideia condutora da história e conheças bem as tuas personagens. 4. Pesquisa. Se a tua obra exigir pesquisa - o que é frequente - tenta fazer a maior parte desta tarefa antes de começares a redigir. É normal que durante a redação da obra surjam novas necessidades de pesquisa, mas estas não devem ser tão extensas que atrapalhem os objetivos definidos. Faz uma lista de tudo o que vais precisar de pesquisar: nomes de personagens, desvios de personalidade, ambientes, factos históricos ou culturas locais. Tenta obter o máximo de informação antes de começares a escrever. 5. Escolhe o tipo de narração e o tempo verbal. Parece tão óbvio que quase esquecemos de que não deve ser uma intuição mas uma escolha consciente. Estes dois elementos podem ditar o sucesso ou insucesso da tua história. Existem quatro tipos de narração: primeira pessoa, segunda pessoa, terceira pessoa e omnisciente. Relativamente aos tempos verbais, poderás optar por um destes três: presente, passado e futuro. É bastante incomum encontrar obras narradas na segunda pessoa e no futuro, não vale a pena arriscares se te estás a iniciar no mundo da escrita. 6. Começa a escrever. Chegou o tão esperado momento. Já tens um fio condutor, agora precisas de cumprir os objetivos que traçaste e começar a escrever. Já o dissemos noutros artigos mas voltamos a dizer: evita editar à medida que vais escrevendo. Opta pela edição capítulo a capítulo ou quando tiveres a obra terminada. "Obra"... bonito, não é? 7. Edita. Parabéns! A disciplina e a criatividade deram frutos e terminaste o teu livro. Mereces celebrar, mas não de forma efusiva. Ainda há algum trabalho a fazer. Lê e relê todos os capítulos, isto é ainda mais importante se optares pela autopublicação. Se preferires certificar-te de que a redação da tua obra está irrepreensível contrata alguém para fazer a revisão do texto, mas não deixes de o fazer também. Se já começaste a escrever um livro ou decidiste, finalmente, começar, lê também "Os 4 erros mais frequentes dos novos escritores". Se consideras os nossos artigos úteis para ti ou para alguém que conheces, partilha nas tuas redes sociais e deixa uma opinião nos comentários. |
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Fevereiro 2024
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