conto e André Nunez, participante de workshop de escrita criativaO som acutilante espalhou-se por uma íngreme calçada portuguesa na transmutável Lisboa, e uma faca voltou a estar afiada. Numa sociedade em constante mudança, o som não tem uma origem percetível para todos. O som está perdido nos ouvidos de idosos em aldeias brancas com um banco de jardim que assinala o centro dessas localidades, onde amoladores de facas trilham caminhos que se estendem por vários quilómetros. Poder-se-á dizer que qualquer jovem até aos 35 anos só conhecerá este som se por alguma via um familiar ou colega possa ter escolhido essa melodia falaciosa como mero toque do smartphone. Mais propriamente, um toque de chamada associado a pessoas que disturbarão a paz interior por intensos minutos, algo muito possível. Nesta calçada, o amolador especializa-se em facas de médio porte, tal como o pastor alemão que mora em frente e gane apenas face a este senhor.
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Histórico
Dezembro 2024
Categorias
Tudo
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